Ultimamente, por motivos académicos e profissionais, não me tem sido possivel vir aqui escrever. Contudo, consegui arranjar um tempo para vir aqui partilhar a história de como o djambé surgiu na minha vida.
Uma vez que nunca tive uma bateria, pelo espaço que necessitam para estarem montadas e pelo barulho que emitem para os vizinhos, senti a necessidade de procurar um instrumento que podesse ter em casa e que fosse fácil de mobilizar, que pudesse ser transportado para qualquer local, nomeadamente, onde se realizassem os ensaios acústicos da banda em que era baterista.
Certo dia almoçava com vários amigos num restaurante da Av. Luisa Todi em Setúbal, e eis que surge na esplanada um vendedor ambulante de artesanato africano que trazia na mão um djambé pequeno, que logo me pareceu ser o instrumento ideal para levar para os ditos ensaios.
Uma das pessoas mais velhas do grupo, um alentejano atarracado e gozão, um homem vivivo, tomou a iniciativa de regatear o preço do djambé com o vendedor (tal deveria ser a forma como eu o admirava entre as minhas mãos) e conseguiu baixá-lo tanto que me vi na obrigação de o comprar, embora não estivesse sequer muito voltado para ter essa despesa. Viria a revelar-se o instrumento ideal para os ensaios, contudo era pequeno e não dava para muito...
A pele original desse djambé viria a ter um final trágico, mas numa circunstância memorável! lol!
Decidi levá-lo comigo para ir ver o inesquécivel jogo Portugal vs Inglaterra a contar para o Euro 2000 (a fantástica reviravolta dos 3-2!), na praça Sony (Parque das Nações), e levar uma baqueta de bateria para que soasse um pouco mais alto. Tudo correu até ao final do jogo, de onde saí consideravelmente tocado pela quantidade de cerveja que bebi, e para celebrar em beleza era a noite dos santos populares em Lisboa, para onde segui directamente!
À medida que a minha cabeça se enchia de cerveja, a força com que batia com a baqueta na pele do djambé tornava-se um tanto ou quanto excessiva, talvez mesmo desumana, e numa dessas pancadas literalmente enfio a baqueta pelo djambé dentro!!! lol! ...durante uns tempos esse djambé ficou a ocupar espaço num canto do meu quarto, para me lembrar da parvoíçe que me tinha lembrado de fazer... É certo que o djambé já não satisfazia as minhas necessidades para os ensaios, mas daí a inutilizá-lo... (felizmente, mais tarde seria arranjado, e hoje está de boa saúde lol!)
Decidi então aguardar por uma Feira Internacional de Artesanato (na FIL) onde viria a comprar um djambé grande, o mesmo que ainda hoje toco.
Gostando de percussão como gosto, pensei que não seria dificil conseguir arrancar uns ritmos porreiros do djambé, e que provavelmente até o faria de forma bastante razoável. ...mais tarde iria perceber como estava errado! lol!
Mas essa é outra história! ...que terei todo o prazer em contar no próximo post.