Bem vindo ao Dalah Djembe!

Este espaço destina-se a todos aqueles que apreciam a sonoridade da percussão africana e dos ritmos da cultura mandinga.
Surge pela necessidade de criar um local onde pudesse divulgar os meus conhecimentos e os meus projectos, mas também pela necessidade de fornecer um espaço onde todos possam partilhar conhecimentos e experiências, partilharem livros, tabs, compositores, músicas, cd's, expôr problemas e procurar soluções, ou até mesmo vender ou trocar instrumentos.
Outro dos motivos que me levou a criar este espaço é o facto de haver relativamente poucas pessoas que saibam efectivamente tocar djambé, pois há uma enorme diferença entre tocar e fazer barulho, e por isso ser difícil para muitos de nós, dependendo também do local onde vivemos, conhecer pessoas que partilhem este gosto, e com quem possamos tocar e desenvolver as nossas capacidades. Assim, aqui também poderão combinar "jam sessions" ou outros eventos e combinar locais de reunião regular, consoante as áreas de residência de cada um.
Tudo o que apresentar aqui é da minha inteira responsabilidade, tratando-se das minhas reflexões e opiniões, baseadas nos meus conhecimentos e na minha experiência, não me assumindo de forma alguma um expert ou um mestre na matéria, e por esse facto espero que todos vós partilhem comigo os vossos conhecimentos, experiências, reflexões, opiniões, dúvidas ou mesmo correcções aos artigos que vos apresento.
Espero, acima de tudo, que este blogue traga algo de novo e que de alguma forma vos seja útil.

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Procuro pessoal para formar um grupo de djambés e dundumbas para tocar ritmos mandinga.

A ideia é proporcionar a oportunidade para tocar, para nos divertirmos a fazer uma coisa que gostamos, para aprender os ritmos mandinga e, quem sabe, o grupo poder atingir um nível qualitativo suficiente para participar em concertos e espectáculos.

Os interessados apenas deverão ter djambé próprio, de tamanho "grande".

Para mais informações enviar e-mail para: dalahdjembe.info@gmail.com

Não sejam tímidos! Fico à vossa espera!

quarta-feira, 4 de março de 2009

O início.

Penso que a forma como o interesse pelo djambé, em particular, surge em todos nós mais ou menos da mesma forma. Num determinado momento, num determinado lugar, ouvimos pela primeira vez aquela singular sonoridade que nos desperta a atenção. Na 2ª ou 3ª vez que voltamos a ouvir ficamos com o desejo de experimentar tocar, mesmo que isso signifique adquirir um. E esse é um dos factores que o tornam tão singular: o seu preço.
Temos que admitir que os djambés são um instrumento relativamente barato, tendo em conta todo o trabalho que implica a sua construção. Esculpir o casco, nivelar, lixar, construir os aros, pôr-los com a forma redonda e com a medida adequada para o diâmetro do bocal (não esquecendo que alguns são ovalizados, normalmente devido à forma exterior do mesmo), soldar, forrá-los com fita, curtir a pele, colocá-la, pôr a corda, fazer os nós correctamente, esticar a pele... ...e são-nos vendidos por apenas cerca de 75 - 100€! Muitos podem ainda achar caro, mas no meu caso, que sei fazer tudo o que disse mais acima (excepto esculpir o casco) e que já o fiz por diversas vezes, sei bem o trabalho de paciência e o esforço que é, e digo-vos: é muitíssimo barato...
O djambé é um dos instrumentos de percussão, com pele, que qualquer um consegue ter em sua casa e que é facilmente transportável, o que não acontece no caso de uma bateria, que não é tão barata, necessita de espaço para ser instalada, não é propriamente fácil de transportar (fora o trabalho de montar e desmontar) e consiste um problema em relação a ser tocada num apartamento, pois por mais que se abafe os pratos, os timbalões e o bombo, faz sempre barulho.
O problema é que quando vamos escolher o djambé pouco ou nada sabemos em relação ao instrumento em si, aos diversos tipos existentes, e a avaliar a sua qualidade. Existem diversos tipos de djambés, cujas características variam principalmente quanto ao país de origem. O mais comum nas feiras de artesanato são os oriundos do Senegal. São fáceis de identificar pela cor da madeira utilizada (castanha clara), pela distância do rebordo ao aro, pela utilização de fita para forrar os aros, pela cor das fitas utilizadas (amarela, vermelha e verde), pelo tipo de corda (branca e preta), pelos ornamentos do casco (normalmente envernizados, com a utilização de tinta preta para realçar as inscrições escavadas) e pela saída de forma cónica. O seu som tende a ser mais grave, uma vez que o diâmetro do bocal é maior. Existem os da Tunísia, em que normalmente não são utilizados aros para esticar a pele (tem um recorte tipo estrela e são feitos furos nos seus vértices por onde passa a corda que vai esticar a pele), possuindo um topo de linhas mais redondas (logo, mais confortáveis para o músico), variando quanto ao aspecto cru da madeira vs pinturas coloridas, caracteristicamente gravados com um padrão minucioso que preenche quase todo o casco. Depois há os meus preferidos, e normalmente considerados ideais para os ritmos mandinga pelo seu som mais metalizado, mais nítido - os de Burkina Faso. São de características mais simples, apresentando uma pele normalmente mais branca e macia, com um rebordo de arestas arredondadas, distando cerca de 5cm do rebordo do bocal ao 1º aro, de diâmetro mais pequeno e com saída também arredondada. São mais leves, talvez também pelo tipo de madeira utilizado para a construção do casco, aparentemente mais dura que a utilizada no Senegal, e de cor é mais escura. As cordas utilizadas são normalmente pretas e normalmente não são vendidos com sacos de transporte, sendo recomendada em vez disso a simples utilização de um pano para cobertura, e protegendo a pele da humidade e do sol. Estes djambés são em muito parecidos com os provenientes da Costa de Marfim, de características muito semelhantes. Existem ainda uma enorme panóplia de djambés, pois quase todos os paíes africanos os têm.
Penso que o aspecto que varia em relação à decisão de adquirir um djambé, é a sua finalidade. Quase todos os djambés que encontramos à venda têm a finalidade de decoração, uma vez que as próprias pessoas que os compram normalmente não sabem avaliar a sua qualidade. E hoje em dia é comum comprar para pôr num qualquer canto lá de casa porque é uma peça gira, é apenas mais um ornamento. Depois há as pessoas que os compram porque acham fixe, ou cool ter um djambé para fazer barulho com os amigos, descompondo uma qualquer malha tocada numa guitarra, enquanto se disfruta de uns copos ou de uns fumos. Por fim, há aqueles que tocam numa banda e procuram o djambé para comporem a sonoridade de determinadas músicas, normalmente mais as acústicas, ou então os que acabam por se juntar a um grupo de pessoal que também toca djambé e, por vezes, até acabam por fazer algumas coisas engraçadas e acabam por adquirir estilos próprios de tocar, descobrindo à sorte notas e sons.
Mas o que nós não nos apercebemos logo ao início, é que só arrancamos 2 notas do nosso djambé, uma mais grave e outra mais aguda, e a única coisa em que talvez consigamos evoluir é no ritmo, na velocidade e na resistência múscular dos braços.
Existêm 6 notas principais que constituem a base dos ritmos mandinga. Essas notas variam quanto à posição da mão e a superfície que bate na pele, bem como a forma como bate. A primeira conquista de quem começa a tocar djambé deverá ser justamente a alternância da posição das mãos e da superfície a atingir a pele, bem como a força (normalmente excessiva) empregada para tocar. A sonoridade é como da noite para o dia. E é isso que normalmente depois permite perceber quando alguém sabe ou não tocar.

1 comentário:

  1. ola!

    Eu chamo-me Ana e tenho 18 anos e gostaria imenso de aprender tudo sobre djembé!
    vou ser mto franca.... só há pouco tempo é que descobri a paixão pelo som do djembé.
    vou deixar aqi o meu mail para poderes me contactar ana_sofia_886@hotmail.com

    Obrigado*
    p.s. o teu blog já faz parte da minha barra qndo abro uma página de net

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